letras
Pras Bandas do Angico
(Ilmar Cavalcante)
Peguei carona na saudade
Lá pras banda do angico
Como era doce essa verdade
Fiquei de bem comigo.
UM velho cachimbando compromisso nem pensar
E o meu olhar brilhando
Meu Deus e quando eu acordar.
Garapa doce fabricada no engenho
E o empenho de Siqueira e de Maria
E a invernada contemplando tanto sonho
E o rio cheio que todo mundo queria.
Às cinco horas da manhã o galo canta
Eu sinto de café solto no ar,
Toque de lata agoando a verde planta
E a vida mansa numa rede a balançar.
A lua prateada alumiando o terreiro
E aquele violeiro desabafa a solidão
O fole açoitando um nêgo de pé ligeiro
E o amor primeiro mexendo em meu coração.
O tempo muda tudo, mas pra mim isso não passa
Nada ficou de graça e em meu peito deu um nó
Guardei tudo comigo e também não tem quem faça
Eu esquecer um pouco meu avô e minha avó.